Curitiba perde participao no PIB do estado pelo segundo ano seguido

A participação de Curitiba no Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná caiu pelo segundo ano consecutivo em 2012, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, ano em que o país se recuperava da crise econômica de 2008/2008, a capital atingiu uma parcela de 24,6% no PIB do estado, ou seja, a cidade respondia por quase um quarto de toda a riqueza produzida em um ano no território paranaense. Em 2011, o porcentual caiu para 24% e, em 2012, chegou a 23,11%.

INFOGRÁFICO: Veja quais são os estados que possuem os maiores PIBS do país

Paranaenses

Além de Curitiba, outras sete cidades paranaenses aparecem na lista dos 100 maiores PIBs do país. A segunda colocada do estado é São José dos Pinhais (36ª na lista nacional), seguida de Araucária (44ª), Londrina (45ª), Maringá (63ª), Paranaguá (65ª), Ponta Grossa (89ª) e Cascavel (97ª). Entre os 100 maiores PIBs per capita, há apenas três municípios do Paraná, além de Araucária: Paranaguá (62ª), Saudade do Iguaçu (64ª) e Indianópolis (94ª).

Crise reduz fatia de municípios industrializados

Estadão Conteúdo

A crise na indústria de transformação reduziu a fatia de municípios mais industrializados na geração de riqueza no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados do Produto Interno Bruto dos Municípios 2012. O maior prejudicado foi São Paulo, cuja fatia passou de 11,6% do PIB brasileiro de 2011 para 11,4% em 2012.

Num período de cinco anos, o recuo na fatia de São Paulo no PIB chega a 0,4 ponto porcentual. No entanto, o município permaneceu isolado na liderança do ranking de maiores PIBs do país, com contribuição maior do que a de 14 estados brasileiros juntos.

Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 5,0% do PIB nacional, seguido por Brasília, com 3,9%. Ambos perderam 0,1 ponto porcentual de suas fatias em relação a 2011.

Em 2012, a alta no preço do petróleo beneficiou produtores, como Campos dos Goytacazes (RJ), Cabo Frio (RJ), Rio das Ostras (RJ) e Presidente Kennedy (ES). Já a queda no valor do minério de ferro prejudicou extrativistas, como Parauapebas (PA). No Centro-Oeste, o clima favorável e os preços mais altos favoreceram municípios produtores de algodão, soja, milho e suínos.

Desigualdade

A participação das capitais no PIB brasileiro caiu para o menor patamar da série histórica, iniciada em 1999: de 33,7% em 2011 para 33,4% em 2012. As seis mais ricas, contudo, ainda foram responsáveis por 25% de todo o PIB brasileiro no ano.

“Enquanto os seis municípios mais ricos geram 25% da renda do país, os 24% mais pobres geram apenas 1% do PIB. Aí esta a grande diferença na geração de renda entre os municípios. Onde eles estão? Tocantins, Piauí, norte de Minas Gerais. Dos municípios do Piauí, 76% estão na faixa dos menores PIBs”, apontou Sheila Zani, gerente na Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Apesar da queda nos últimos dois anos estudados pelo IBGE, a concentração, em Curitiba, da riqueza produzida no estado ainda está mais alta do que uma década antes. Em 2002, a capital respondia por 22,9% do PIB do estado. Esse movimento, de desconcentração nos últimos anos também ocorre quando se analisam os dez maiores municípios do estado. Em 2011, eles respondiam por 58% do produto paranaense, e em 2012 a fatia caiu para 56,7% – porcentual mais elevado, no entanto, do que em 2002, quando era de 56,13%.

Na década 2002 a 2012, São José dos Pinhais teve o maior crescimento na participação do PIB do estado e saiu da terceira para a segunda posição entre as maiores economias municipais do Paraná, ultrapassando Araucária. Maringá teve o terceiro maior ganho de participação, passando da sexta para a quinta colocação. Paranaguá registrou o segundo melhor desempenho, passando da sétima para a sexta colocação.

A evolução do PIB revela que, mesmo com o longo ciclo de preços de commodities em alta, a dinâmica de distribuição da produção não sofreu alterações profundas no estado. Curitiba e São José dos Pinhais, que são os maiores polos industriais do estado ganharam participação na década. Paranaguá, por sua vez, foi beneficiada pelo crescimento forte do comércio exterior (que inclui a produção agrícola) e Maringá se firmou como o segundo maior polo do interior do estado.

Brasil

Na comparação nacional, Curitiba manteve em 2012 a quarta colocação entre os maiores PIBs do país, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A capital paranaense ficou à frente de capitais maiores, como Belo Horizonte e Salvador, e contribuiu naquele ano com 1,35% do PIB total do país.

Apesar de estar no grupo das cidades mais ricas do país, Curitiba não está entre os 100 maiores PIBs per capita, medida da riqueza gerada por pessoa. No Paraná, o maior PIB per capita em 2012 foi o de Araucária (R$ 108 mil por pessoa), que ocupou a 23ª colocação do país, impulsionada pelo funcionamento da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). O maior valor do país foi registrado na cidade de Presidente Kennnedy, no Espírito Santo (R$ 511 mil), pequena cidade que tem operações de petroleiras.

 
 
Post - Andressa Pinheiro - Sintracoosul - Paranaguá - Paraná
Fonte - IBGE. Infografia: Gazeta do Povo